2011年4月13日星期三

Sem Limites « Cinéfila por Natureza

No livro "As Portas da Percepção", o escritor Aldous Huxley afirma que o cérebro humano possui filtros que nos impedem de receber todas as impressões e imagens com as quais nos deparamos. Ainda de acordo com a teoria dele, o uso de algumas drogas permitiria que esses filtros se afrouxassem, de forma a podermos processar uma quantidade imensa de informações e ver tudo de maneira infinita, tal qual ela se apresenta ao homem. No filme "Sem Limites", do diretor Neil Burger, podemos dizer que assistimos a um homem fazendo uma experiência que poderia ter sido tirada completamente da obra de Huxley. O escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) está completamente atrasado em tudo relacionado à sua vida: mora num apartamento pequeno e mal cuidado, foi abandonado pela namorada (Abbie Cornish) e está devendo um livro à sua editora. Sem nada mais a perder, ele acaba aceitando provar uma nova substância que lhe é oferecida pelo ex-cunhado (Johnny Whitworth) e os resultados são surpreendentes. Eddie se torna mais ativo, inteligente e perceptivo às coisas que estão ao seu redor – chegando a aprender novas línguas e instrumentos musicais em horas e até a escrever seu livro num prazo de quatro dias. Com todas as portas da percepção abertas ao seu redor, Eddie contempla até uma mudança de vida e se transforma, do dia para noite, de escritor em estrela em ascensão do mercado financeiro, passando a auxiliar um importante especulador (Robert de Niro) na tentativa de fusão de sua empresa. O jogo, no entanto, que interessa ao roteiro escrito por Leslie Dixon é mostrar que o (ab)uso da substância química e viver uma existência sem qualquer limite pode ser uma coisa perigosa – ao mesmo tempo, no entanto, o flerte com o perigo também pode ser considerado como um dos grandes baratos dessa "brincadeira" toda, uma vez que Eddie sabe totalmente onde está se metendo. Os olhares mais puritanos poderão dizer que um filme como "Sem Limites" é uma obra que faz totalmente apologia ao uso de drogas, uma vez que, por mais no fundo do poço que Eddie possa parecer estar, ele sempre ressurge cada vez em melhor situação. O curioso é que a direção de Neil Burger abusa de zooms acelerados para tentar nos colocar dentro da "viagem" de Eddie. O mundo dele é ligeiro como a edição de Tracy Adams e Naomi Geraghty e como o roteiro (cheio de furos, diga-se de passagem) de Dixon. A sensação que dá é a de que eles queriam nos inserir no mesmo barato que Eddie. Comigo, isso não funcionou. Aquele ritmo todo meu deu vertigem, me senti tonta, a ponto de passar mal. Cotação: 5,5 Sem Limites (Limitless, 2011)
Direção: Neil Burger
Roteiro: Leslie Dixon (com base no livro de Alan Glynn)
Elenco: Bradley Cooper, Robert de Niro, Abbie Cornish, Anna Friel, Johnny Whitworth Entry filed under: Cinema. Tags: .

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